sexta-feira, 11 de junho de 2010

A beleza do sinistro

ISO:400 F:4.5 V:1/200


ISO:100 F:5.0 V:1'3


ISO:100 F:4.5 V:1/4


ISO:100 F:3.5 V:0'6



ISO:100 F:5.6 V:1'


ISO:100 F:5.6 V:1'


ISO:100 F:5.6 V:1'



ISO:100 F:5.6 V:4'

ISO:100 F:5.6 V:4'




ISO:400 F:29 V:13

ISO: 400 F:32 V:30'

ISO:400 F:32 V:15'


ISO:400 F:29 V:20'

ISO:400 F:29 V:15'

ISO:200 F:18 V:2'

ISO:200 F:22 V:3'2


ISO:1600 F:5.6 V:1/250


ISO:400 F:14 V:1/250


ISO:1600 F:4.0 V:1/60


ISO:1600 F:9.0 V:1/4000

* Ainda de forma muito preliminar, estas fotografias integram-se na primeira selecção elaborada, com vista a integrar o formato físico a apresentar e, posteriormente comporem o mobile proposto por ocasião da exposição a realizar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MEMÓRIA DESCRITIVA

A Beleza do Sinistro

"O sinistro [das unheimlich] é aquilo que,

devendo permanecer oculto se revelou."

Schelling

“ [Das unheimlich] essa espécie de sensação de susto

que adere às coisas conhecidas e familiares…

Freud

O projecto

Na arte, o belo é consecutiva e sistematicamente enfatizado. Confrontando tal tendência, Freud apresenta-nos o conceito de Unheimlich, referindo-se àquilo que consideramos estranho, apesar de apresentar algum grau de familiaridade, categorizamo-lo enquanto macabro, sinistro. Com base neste princípio, propus-me elaborar o tema A beleza do Sinistro, num claro confronto com a fotografia dita clássica, no qual intentei abordar temas triviais do nosso singelo quotidiano, tal como do universo fotográfico – o encantamento dos reflexos, a fotografia com modelo, o jogo fotográfico com movimento, a religião, os locais e as pessoas que os habitam –; conferindo-lhes uma perspectiva, um olhar, um tratamento distinto do usual, proporcionando, desta forma, uma certa aura de estranheza, de sinistro.

Assim, como objectivo primordial, pretendo mostrar a beleza, a poesia, o dramatismo, a musicalidade que se esconde sob o manto do sinistro, acalentando ainda, compreender as significações, inquietações e reacções despoletadas nos observadores.

As influências

Sob uma perspectiva teórica, de modo a sustentar e alicerçar os conceitos tidos em conta para o desenvolvimento deste trabalho, posso enunciar e aconselhar três leituras cruciais: O Sinistro, de Sigmund Freud; O Belo e o Sinistro, de Eugenio Trías; e A história do Feio, de Umberto Eco. Em termos imagéticos foi considerada como influência preponderante o trabalho marcante e macabro do fotógrafo Joel-Peter Witkin e, a par deste, o daguerreótipo (Louis Daguerre, 1837) assume-se como sendo a principal inspiração para o tratamento a posteriori das fotografias.

Os pressupostos

Considerando o supramencionado, com este trabalho pretendi aliar o Contemporâneo ao Antigo, o Trivial ao Sinistro, apoiando-me, claramente, nas potencialidades disponibilizadas pela fotografia digital (ao nível do tratamento de acordo com o efeito desejado).

Pormenores técnicos

As fotografias seguidamente apresentadas foram captadas através de uma máquina Canon 1000D, objectivas Canon EF-S 18-55mm e Tamron AF 55-200mm; as referências quanto à sensibilidade, abertura do diafragma, e tempo de exposição serão enunciadas junto à respectiva fotografia.

No que concerne ao tratamento ulterior, todas as fotografias foram alteradas no programa Photoshop CS3, de modo a proceder à manipulação dos tons, recorrendo-se, portanto, às ferramentas Hue/Saturation e Color Balance – numa predominância de amarelo e vermelho –, de modo a conferir um efeito de “envelhecimento”, sendo este ainda enaltecido com o recurso à ferramenta Gradiente Tool, transmitindo a sensação do “queimado”, característico do daguerreótipo e das primeiras fotografias. Com isto, objectivou-se aumentar o peso “aurático” das fotografias, conferindo-lhes um cariz intemporal, na medida em que se transporta uma realidade recente para um patamar aparentemente anterior ao seu tempo, exponenciando, por conseguinte, o grau de estranheza face à situação/momento retratado.

A exposição

Desde o início da sua elaboração, consciente ou inconscientemente, este projecto foi delineado/imaginado tendo em vista a sua apresentação/exposição sob a forma de um mobile (inspirando-me nas obras desta tipologia de Marcel Duchamp); considerando que as fotografias se contam a si próprias, emparelhadas entre si, dispostas e organizadas conjuntamente, num jogo de dimensões, formas, cores, e equilíbrios, proporcionariam uma experiência visual desafiante e interessante, construindo um todo coerente de forma a criar uma história comum, no entanto, única para cada observador, dadas as idiossincrasias e particularidades que caracterizam o processo vivencial/experiencial de cada um de nós.

A claríssima nitidez da imagem não nos bastava: pois esta parecia tanto revelar algo como encobri-lo; e enquanto, com a sua revelação similiforme, ela parecia convidar a rasgar o véu, ao desvelamento do fundo misterioso, precisamente aquela transluminosa onivisibilidade mantinha outra vez o olho enfeitiçado (…)”

Nietzsche

Azar?

ISO: 1600 F:5.6 V:1/40


ISO:1600 F:5.6 V:1/80

ISO:1600 F:5.6 V:1/50



ClaustrOfobia

ISO:200 F:5.6 V:1/30

ISO:200 F:5.6 V:1/30


Ausência

ISO:400 F:5.0 V:1/1250

Oremos IV

ISO:400 F:4.5 V:1/200

ISO:400 F:4.5 V:1/200

Os olhos que nos olham

ISO:400 F:8.0 V:1/250

ISO:400 F:8.0 V:1/125

ISO:1600 F:5.6 V:1/250